segunda-feira, 25 de abril de 2016

Depoimentos acerca dos meus três anos de Implante Coclear

Dia 17 de abril passado completei três anos de Implante Coclear e tive a ideia de postar algo bem diferente do que já escrevi em outras postagens. Venho contando a minha própria experiência desde quando comecei a escrever este blog: coisas boas e também as coisas não boas. Afinal, todo resultado tem algum esforço para se chegar nele, nem sempre é fácil obter sucesso. Perseverança e persistência são as chaves da recompensa que virá. Já contei a experiência de uma família em busca do Implante Coclear, vencendo as barreiras da distância. Também já postei relatos de experiência de uma amiga implantada.

Neste mês em que comemoro o terceiro ano de Implante Coclear, pensei em postar a opinião e a experiência da minha família e amigos a respeito de quanto foi bom ter feito a cirurgia do IC, qual o resultado percebido por eles e o que notaram de diferente de antes e depois do IC.

São pessoas da minha mais alta estima e consideração. Agradeço a Deus pela vida de cada um que dedicou o seu tempo para escrever para mim. Gente que deixou uma mensagem há um tempinho elogiando o resultado da cirurgia, assim como gente que tempo atrás tinha comentado comigo sobre o sucesso do implante, aí pedi que escrevesse um pequeno texto sobre isso, para que assim pudesse postar no blog. Gente que convive comigo diariamente, assim como gente que esteve comigo no período antes e depois do IC e hoje está distante, mas sempre no meu coração.

Eu me comovi com cada texto que recebi: como é bom ver e sentir que estão percebendo que foi bom ter feito Implante Coclear. Isso é uma prova de que valeu - muito - a pena!

“Eu estava lendo as crônicas do seu blog e pensei: 
Como Deus é bom! Dá à Ciência a sabedoria de criar algo tão valoroso e importante! 
Só lendo e ouvindo ou usando os aparelhos e as próteses auditivas, com ou sem cirurgias, é que a gente avalia o benefício que tantas pessoas têm recebido. Bem posso ver pela minha filha Alessandra.
Deus abençoe as pessoas que criaram este invento!
E fico dizendo pra mim mesma: Meu Deus, graças te damos e que seja assim também para os que têm deficiência visual.”
Noemia Matos Jardim Cristofano (em carta com data de 12 de fevereiro de 2016), mamãe


“Desde que minha mãe iniciou o uso do IC tenho notado que ela tem ouvido melhor, desde conversas até sons do cotidiano. Antigamente, em certos casos, era preciso repetir algumas vezes até que ele entendesse. Com o IC isso tem melhorado bastante, além de hoje ela poder notar com clareza sons que antes ela ouvia com um pouco de dúvida do que poderia ser, como um cachorro latindo, por exemplo.”
Giuliano Andrei, filho


“Há uns 3 anos minha mãe pôs o Implante Coclear, isso a ajudou bastante. Tipo, muita gente que a conhece não perceberia diferença porque a maioria que vê gente assim não liga muito, mas eu convivo com ela (graças à Deus, aliás) já faz 15 anos e meio e noto a diferença.
Sua voz ficava fanha com frequência, não conseguia ouvir barulhos sem ver de onde vinha e só conseguia ouvir e interpretar com seu ouvido direito. Mas quando ela pôs o IC no esquerdo, a diferença fez-se notável. A voz dela sai bem mais “normal” e mais natural, ela não fala mais tão alto quanto antes, a voz está mais estável. Agora também posso falar com ela mesmo de costas e mais rápido do que eu tinha que falar para ela compreender o que eu estava falando.
O IC (Implante Coclear) não só ajudou a ela mas também ajudou quem vive com e ao redor dela, facilitou a vida de todos do nosso ciclo social. Peço muito obrigado aos envolvidos que ajudaram e incentivaram minha mãe com o IC, mesmo no começo sendo difícil, sério. E mãe, eu te amo!”
Gabriel Drumond, filho


“Bem, meu nome é Guilherme Cristófano Drumond e sou filho da Alessandra Cristófano Drumond, dona desse lindo blog. Estou aqui hoje para escrever sobre o que eu percebi mudando nela desde realização do Implante Coclear e o que aconteceu que marcou bastante tanto para ela quanto para mim.
Eu me lembro bem do dia em que minha mãe ativou o IC. Ela tinha buscado a mim e minha irmã na escola e depois nos levou com ela até o consultório. Eu fui com minha mãe para ativar o IC dentro da sala, mas minha irmã ficou esperando. Minha mãe pediu para eu gravar a sua reação à ativação, e eu gravei. Infelizmente, esse vídeo não consegue mais ser encontrado hoje, mas me lembro bem da reação dela, me lembro daquelas risadas e lágrimas de alegria que escorriam dos olhos dela, aquela felicidade que se espalhava no sorriso dela. Esse foi um grande dia de conquistas.
E daí pra frente foi só alegria, nos dias em que ela chegava super feliz falando que ouviu um som novo, um som diferente, algo que nunca tinha ouvido antes. Eu me lembro que ela falou dos botões que ficavam na porta da saída do seu trabalho, que eles faziam um barulho que ela nunca soube que existia ali naquele lugar que ela trabalha há tanto tempo. Lembro também de quando ela ouviu um barulho diferente aqui em casa, foi atrás e fez de tudo para encontrá-lo.
Eu poderia falar de outras muitas vezes em que ela se surpreendeu, mas esse texto ficaria muito grande. Então, quero terminar falando que tudo isso me deixou muito alegre, ver minha mãe tão animada, tão surpresa, tão... feliz. Todos esses fatores que minha mãe demonstrava causavam essa alegria em mim, então o que importa é que além de todas essas mudanças, todas essas surpresas, todos esses sons novos, minha mãe ficou feliz e satisfeita, e isso é o que importa para mim. Valeu, falou e tchau. P.S.: Te amo mãe <3”
Guilherme Drumond, filho


“Minha mãe já fez 3 anos de IC. O IC a ajudou muito, havia sons que ela não ouvia antes, mas agora ouve, é claro que existem sons que ela ainda não consegue ouvir, [aqui Giulia se refere quando estou sem IC e ela não nota] como o barulho da água caindo, quando ela acaba de lavar a louça, e não ouve o som da água caindo na pia, muitas vezes eu que fecho, mas já me acostumei com isso.
Um barulho que ela está ouvindo é o barulho das mãos dela, sabe quando você esfrega uma mão na outra e vem aquele sonzinho bem baixo? Então é esse som, eu me lembro quando ela começou a ouvir esse som, ela do nada começou a passar uma mão na outra e falou "olha, isso faz som!"
Eu me lembro que quando tinha uns 5 ou 4 anos de idade não tinha ideia que minha mãe usava aparelho auditivo, só depois fiquei sabendo, ela falava muito bem, mas eu percebia que se eu estava de costas e tentava chamá-la, e ela nem tchum aí para eu falar com ela, eu tinha que me virar e chamá-la, com o IC ela já me ouve se eu estou no meu quarto.
E é isso que me lembro. Te amo mãe! Parabéns!❤”
Giulia Drumond, filha


“Estou honrada em poder dar este pequeno depoimento sobre esta grande mulher. Quando conheci a Alessandra percebi que era bem tímida e pouco falava... Não sabia muito bem porque, ao longo de nossa convivência fui percebendo que pelo fato de não captar bem os sons preferia manter-se em silêncio. O que a fazia calar-se muitas vezes... Trabalhamos juntas em um grupo especializado em mães chamado MOPS em que um de seus propósitos é desenvolver a mãe enquanto líder em várias áreas da vida. Quando ela me falou sobre a cirurgia coclear, não sabia nada a respeito, mas nos pusemos a apoiá-la e conhecer um pouco mais sobre o que era.
O que posso dizer sobre ela após a cirurgia é que foi bom demais ver a Alessandra se despontando como mulher e líder! Quanto potencial pôde ser visto porque a partir do momento que passou a interagir mais com as pessoas ao redor e expressar sua opinião e ideias, pôde se fazer conhecida.
Inclusive ouvir sua voz foi algo muito inspirador pra mim, pois através disso percebi que ela se sentia mais segura para falar! Isso é maravilhoso!
Espero que muitas outras pessoas possam experimentar este mesmo sentimento de liberdade ao poderem ouvir e serem ouvidos!”
Solange Sodré, amiga


“Minha expectativa pessoal em relação à cirurgia para colocação do implante coclear da Alessandra era de que ela teria uma audição normal após essa ocorrência. Eu sabia de experiências de outras pessoas e entendia que o mesmo poderia ocorrer no seu caso. Bem, infelizmente não ocorreu dessa mesma forma. Mas não tenho motivos para me queixar, pois creio firmemente nos propósitos de Deus para tudo o que ocorre em nossas vidas. Pela graça de Deus, pude acompanhar cada pequena alegria de Alessandra na descoberta de novos sons, sons que antes ela não conhecia: o esfregar de mãos, o mover dos ponteiros do relógio de parede, um bem-te-vi cantando de manhã etc. A cada descoberta, uma emoção diferente, que nos olhos dela tomavam vida em forma de lágrimas de alegria.
Hoje, passados três anos da cirurgia, não tenho dúvidas de que o implante a completa e juntamente com o outro aparelho de muitos anos, o AASI, dá a ela uma condição muito boa para levar uma vida quase normal, trabalhando, saindo às ruas, falando ao telefone, assistindo palestras etc.
Sou grato a Deus por essa bênção que Ele concedeu a ela e tenho fé que muito mais ainda está por vir, conforme a Palavra de Deus diz em Efésios 3:20-21: “'Àquele que é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com o seu poder que atua em nós, a ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre! Amém!'”
Paulo Drumond, esposo


“No decorrer dos anos e, precisamente, após seu Implante Coclear, nós conseguimos perceber o avanço de sua audição nas pequenas coisas como no comunicar na Casa Acolhedora entre nossos amigos, sua participação nos grupos de conversas sobre a palavra de Deus ou mesmo sobre questões triviais dando sua opinião e ouvindo a todos, assim os relacionamentos se tornaram mais intensos e comunicativos. Sem esquecer sua forma de falar meiga e paciente.
Melhorando as relações pessoais e interpessoais. Ficamos (eu e meu marido) muito felizes com sua conquista, apesar do grande desafio você foi disciplinada e esteve sempre disposta a essa conquista.
Amamos você, um grande abraço.”
Marilza e Francisco, amigos


“Antes de falar qualquer coisa sobre o “IC”, preciso registrar como sou abençoada em ter Alessandra como amiga. Obrigada por compartilhar comigo sua vida, sua casa, sua fé. Você é um exemplo a ser seguido.
Bem, quando conheci Alê, demorou um bom tempo até ela me avisar “Olha, fale olhando para mim. Faço leitura labial porque não escuto muito bem.” Eu fiquei chocada, porque realmente não percebi nada, mesmo sendo muito observadora. Claro que sabatinei a Alê. Afinal, ela é mãe de 4 filhos, dirige, toca piano e faz tantas outras coisas que eu não entendia como seriam possíveis a pessoas que não ouvem ou que tem parte da audição perdida. Fato é que Alê é implantada. Também é fato que algumas coisas mudaram na vida dela.
Lembro ainda que a gente estava falando ao celular (sim, ela também usa o celular para falar) quando a parou e disse “Ouvi um barulho e quando olhei, era meu filho suspirando enquanto dorme!” e ficou super feliz. Claro que também fiquei, assim como fico todas as vezes que ela me conta coisas novas. Afinal, é impossível não perceber as mudanças depois do implante.
Ainda assim, com o IC ou sem o IC eu acredito que a tendência é que Alessandra continue evoluindo. Porque isso faz parte dela, é sua essência. Isso está presente em seu sorriso, em sua disposição em ajudar, em seu artesanato, no abraço.
O IC foi não um divisor de águas, mas um barco facilitador para a minha amiga maravilhosa desbravar esse mar sem fim, que é a vida.”
Kezia Chaves, amiga



A todos vocês que escreveram, meu muito obrigada! Sou muito grata a Deus por ter me dado vocês, sem o qual seria difícil subir cada degrau para conseguir chegar onde cheguei! Amo cada um de vocês e que Deus os abençoe grandemente!



Agradecimentos ao amigo Netinho, que inusitadamente me presenteou com um lindo logo para o blog, quando fiz três anos de IC. 





2 comentários:

  1. Parabéns, Alê! Pelos três anos de vitórias! E parabéns pela família linda e amigos sempre te apoiando! Também fico muito feliz em participar dessa conquista! Seja nos bastidores, como amiga e como implantada... São muitos os progressos, as descoberta sonoras, de um tic tac de relógio ao barulho da água escorrendo pelo ralo, a facilidade de comunicação e projeção de voz e na localização dos sons... Enfim uma pessoa mais aberta e feliz com as pequenas coisas que a vida nos traz!Beijos! Thaís

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    1. Obrigada, querida Thaís! Você também fez parte dessas vitórias, desses anos de conquistas sonoras!
      Parabéns a você também, pelas suas vitórias sonoras!
      Beijos

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