sábado, 15 de dezembro de 2012

Enquanto a data da cirurgia não é marcada...

Já nem me lembro mais quando foi a última vez que conversei com a fonoaudióloga Elaine. Durante o processo todo da cirurgia, a última consulta que fiz foi com a psicóloga (já faz tanto tempo que já até esqueci o nome dela!). Então, o laudo desta consulta seria encaminhado ao dr. Henrique, médico otorrino responsável por fazer a avaliação da cirurgia. Desde então, fiquei aguardando alguém ligar para mim a respeito da cirurgia.

Durante esse período de espera, já passou tanta coisa pela minha cabeça. Pela primeira vez, cheguei a pensar que não seria uma boa idéia! Para quê mexer? Estou tão bem assim! E se eu ficar com alguma sequela? E se der alguma zebra? E se...

Já estava quase desistindo, quando conversei com a minha mais nova amiga, Thais, a respeito da cirurgia. Thais está me ensinando Libras, na Igreja Batista Ágape, em Campinas e também tem déficit auditivo, já nasceu assim e também usa aparelho auditivo. Quando voltávamos de Indaiatuba, depois de uma visita uma igreja evangélica, comentei e perguntei sobre o que achava do Implante Coclear. Disse que para mim seria lucro, já que eu não perderia nada. Isso me deixou mais animada.

Estou tranquila! Somente quero fazer a cirurgia se for da vontade de nosso Senhor e Pai. E se for da vontade dÊle, o Implante Coclear vai acontecer. Amém!


domingo, 9 de setembro de 2012

Ainda naquele dia

Quando a fonoaudióloga Elaine me perguntou porque não fazia o implante, lembro que tinha respondido a ela que eu não poderia fazer, que o meu caso não tinha jeito. Mas Elaine disse (me lembro bem): "Hoje tem!"

Deixa eu explicar: aos dois anos tive caxumba. Quando sarei, minha mãe notou que eu não atendia aos seus chamados. Foi quando perdi a audição, nos dois lados. Foi difícil para minha mãe, ela sofreu muito quando soube do diagnóstico pelo médico de Campinas (na época, ainda morávamos na Ilha Solteira, SP, onde nasci). O médico ainda disse que não tinha cirurgia para correção da minha audição naquela época e que, pelo fato do nervo auditivo ter sido afetado, era bom esperar eu crescer e, quando tivesse 16 anos, me levar ao médico para ver a possibilidade de fazer a cirurgia.

Com cinco anos, meus pais mudaram para Campinas, compraram um aparelho auditivo de caixinha que tenho guardado até hoje! Ele parece uma caixinha mesmo (foto ao lado), pendurava na gola, o mais perto possível da minha boca. Tem dois fios com moldes para colocar um em cada orelha, como dá para ver eu usando na foto abaixo (com meu irmão Fabrício), que estou em uma viagem aos sete anos. Assim eu ouvia e treinava a minha voz. E comecei a fazer fonoaudiologia com um senhor bem velhinho, muito conhecido e respeitado em Campinas. Aprendi a fazer leitura labial de frente e de perfil. Ajudou-me muito a desenvolver a fala e a audição.

Com meu irmão Fabrício, aos sete anos.
Aos oito anos, para minha alegria, meus pais compraram um aparelhinho melhor, que colocava atrás da orelha. Esse era bem mais discreto que a caixinha, pois este atraía muitos olhares curiosos. E fiquei usando só no ouvido direito, pois era o que respondia melhor. O esquerdo até hoje não uso, não consegui me adaptar com nenhum aparelho pois não ouvia nada nele.

Bem, aos dezesseis anos meus pais me levaram a um médico para finalmente saber da possibilidade de cirurgia. Na época, falava-se muito dessa cirurgia que era feita na Alemanha. Mas a resposta do  do médico que nos atendeu foi negativa. Não havia solução para mim.

Chorei, fiquei triste por um tempo, mas logo esqueci. Segui em frente, afinal, conseguia ouvir no telefone e me comunicar com as pessoas com o pouco de audição que tinha. Dei graças a Deus porque ouvia, um pouco, mas ouvia.

Vivi até esse dia que conheci o Implante Coclear achando que iria continuar assim para sempre, que meu caso não tinha solução. Por isso, quando a fonoaudióloga Elaine me disse do Implante, eu ainda insisti com ela que meu caso não tinha solução. E ela foi firme: "Tem sim! Hoje tem!"

Por isso eu digo que Deus é bom demais para mim. Ele colocou essa oportunidade na minha frente assim, sem eu estar procurando ou indo atrás. Obrigada, Senhor!

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Quando comecei a escrever...

Hoje estava tomando banho e pensei: "Tenho um blog começado há alguns anos, sem nada escrito ainda. Podia usá-lo para contar sobre o Implante Coclear que irei fazer, desde quando fiquei conhecendo até atualmente." E aqui estou.
Na verdade, tudo começou com uma simples consulta com otorrino indicado pela minha médica homeopata, para ver o porquê das tonturas (crises de labirintite) e também minha rinite que não sarava nunca (graças a Deus, melhorei com o tratamento homeopático).
Na consulta (se não me engano, no fim de junho ou começo de julho) com dr. Luis Miguel, otorrino, ele percebeu meu déficit auditivo. Conversando sobre aparelho auditivo, contei a ele que meu aparelho é analógico, já está comigo há quatorze anos (presente do meu pai) e que eu tinha ganhado dois aparelhos digitais da Pucc sem sucesso de adaptação. Aí ele me perguntou se eu não queria experimentar aparelhos digitais com a fonoaudióloga Elaine. Disse que sim, que gostaria muito e marquei para semana seguinte.
Bem, no dia marcado cheguei lá na clínica, a fonoaudióloga Elaine me recebeu já com a minha audiometria nas mãos. O que me marcou foi a expressão dela quando viu o resultado da audiometria. Contei a ela como era minha audição: com aparelho ouvido direito ouvia parcialmente e o ouvido esquerdo, zero. Foi aí que ela me disse: "Por que você não faz o Implante Coclear?".
Assim que começou minha história com o Implante Coclear. Agora vou dormir que já falta 27 minutos para amanhã. Continuo a contar a minha história, espero que amanhã.
Obs.: Não foi fácil escrever, não... Meus filhos ora perguntavam alguma coisa das lições, ora perguntavam o que era que eu estava fazendo e o meu Guilherme, ainda acordado, me perguntava o que vestir amanhã no teatro da escola. E eu ainda tenho que fazer minha leitura diária da Bíblia! Deixa eu ir lá...