sábado, 9 de dezembro de 2017

Dia do Fonoaudiólogo



Hoje é comemorado o dia do fonoaudiólogo, aquele que cuida de pessoas que têm dificuldades na fala, audição, escrita e leitura. E por que hoje? Porque foi no dia 9 de dezembro de 1981 que a profissão foi regulamentada, como podemos conhecer a história da fonoaudiologia aqui.

Eu não poderia deixar passar em branco essa data muito querida e especial e resolvi fazer o quê? Escrever sobre todos os profissionais da fala e audição pelos quais eu passei desde a minha perda de audição, com ajuda de mamãe, claro, minha super heroína. Foi ela quem me socorreu nesse momento em que eu estava começando a falar, para que não perdesse o fio da meada e deixasse de desenvolver minha fala. Ela que está me ajudando a escrever aqui. Obrigada mãe, sei que você precisou fazer uma forcinha para lembrar de todos os profissionais possíveis, pois já faz tempo...  

Mamãe conta que, já em Campinas e após minha consulta com o otorrino Doutor Raul Renato, fiz minha primeira audiometria com 2 anos e 11 meses, no dia 1/12/1976 (prestes a fazer 3 anos) e em seguida fui encaminhada à PUCC (Pontífica Universidade Católica de Campinas). Lá fiz exames para conseguir vaga em escola especial, mas a especialista que me atendeu achou que não era necessário, pois eu "ouvia" alguma coisa e lá era para quem não ouvia nada. 

Minha primeira audiometria.


Depois disso minha mãe procurou outro otorrino, Doutor Luis Henrique Escudero, que segundo ela atendia na rua José Paulino na altura da Auto Escola Líder, no Centro de Campinas. Ele encorajou minha mãe para que eu usasse AASI (aparelho de amplificação sonora individual, o aparelho comum) e que eu estudasse em escola de ensino regular, juntamente com crianças que ouviam. Como na minha cidade natal (Ilha Solteira) não havia aparelhos e outros recursos, meus pais pensaram na possibilidade de se mudarem para Campinas.

Enquanto isso não acontecia, eu comecei a usar um aparelhinho de caixinha e com dois fios nas orelhas e mamãe me levava a profissionais da fala e audição, que naquela época não se chamava fonoaudiólogo. A primeira foi na Ilha Solteira, a qual minha mãe não recorda o nome. Depois comecei a ir em uma na cidade de Presidente Prudente, ou seja, minha mãe viajava para me levar lá. Também não sabemos seu nome.

Em meados de 1979/1980, nos mudamos para Campinas e já comecei a me consultar com o Professor Sylvio Bueno Teixeira, um mestre em ortofonia (articulação perfeita dos sons de uma língua; arte de corrigir os vícios da pronúncia) que trabalhou muito minha fala e aprendi a fazer leitura labial de frente e de perfil com ele. Ele escreveu "A voz e a fala do surdo congênito", "Problemas da voz e da fala", “Dificuldades da leitura, da escrita e da fala”, entre outros, e teve uma intensa atividade jornalística. Lembro-me com muito carinho da sua dedicação, inclusive ao piano, tocando a nota para que eu cantasse. Ele tinha o consultório no cruzamento da avenidas Francisco Glicério e Campos Sales, onde o prédio está até hoje. Faleceu em 1991 aos 82 anos e hoje há uma rua com seu nome na cidade em sua homenagem. Saiba mais sobre sua biografia neste site. A ele minha gratidão, pois o Professor Sylvio foi extremamente importante em uma fase em que eu mais precisava de acompanhamento de fonoterapia.

Algum tempo depois comecei a consultar com uma fonoaudióloga jovem, que se chamava Solange, se não me engano era esposa de otorrino, e atendia em uma clínica da rua Eduardo Lane, no Guanabara. Lembro-me de que um dia estava em aula no pré e ela entrou na minha sala! Foi conversar com a minha professora sobre como eu estava acompanhando as aulas e se conseguia entender as matérias. Acho que isso faz parte da profissão, buscar informações na escola e na família.

Depois dela, comecei a me consultar com uma outra fonoaudióloga, Neusa, uma senhora muito simpática, dedicada, carinhosa e que atendia no centro da cidade. Nessa época, eu já andava de ônibus e ia sozinha às consultas.  

Aos 12 anos já não fui mais, por decisão minha. Nesse período, só tive contato com fonoaudiólogas em audiometrias para regular aparelhos e para tirar CNH. Até que um dia fiz um teste de aparelho com a fono Elaine Soares e ela me contou sobre o Implante Coclear, já em meados de 2012. Em 2013 fiz o IC e Elaine foi responsável pela minha ativação e mapeamento por dois anos. Sou muito agradecida a ela por ter me mostrado o IC, o que mudou muito minha audição.

Em 2014 comecei a fazer fonoterapia com a querida Nirley Moreira que atende na clínica da Unimed, que antes ficava no Guanabara e agora fica no Botafogo. Nirley me ajudou muito na adaptação no implante coclear, com exercícios de sons, aplicativos de celular e site de treinamento e reabilitação auditiva para treinamento em casa. Recentemente tive alta, mas tenho contato com ela sempre que posso. Ficamos amigas. Ela vai sempre morar no meu coração.

Uma fonoaudióloga que me ajudou muito a encontrar um aparelho digital ao qual eu me adaptasse foi a Regina Antoniolli, também especialista em fonoterapia de implantados e reabilitação auditiva. Em 2016, seus pacientes fizeram uma linda homenagem a ela, da qual eu tive a honra de participar. Tenho enorme gratidão a ela.

Quem me ajudou muito na transição do aparelho analógico para o digital foi a fonoaudióloga Raquel Gonçalves. O seu profissionalismo e amor à profissão foi o que me levou a me adaptar facilmente ao aparelho digital, o qual tenho lutado para conseguir desde 2010. Obrigada, Raquel, você foi muito importante para mim! 

Hoje em dia faço mapeamento do implante coclear uma vez por ano com a fono Luciane Calonga, que me ajudou muito em uma fase difícil de adaptação com IC, após ficar quatro meses sem ele. Ela me passou várias informações importantes para a devida adaptação do implante coclear e tenho vários amigos que também são pacientes dela e a amam. Todos a elogiam pelo carinho dedicado e profissionalismo dispensado, o que me  motivou a procurar pelo seu atendimento, que leva mais de uma hora, mas que não percebo pois ela é muito divertida! Agradeço muito a ela pela paciência comigo.

Agradeço muito a Deus pela vida desses queridos profissionais que eu citei acima, também daqueles que eu conheci mas não foram citados e deixo aqui minha homenagem a eles e a todos os fonoaudiólogos do Brasil e mundo afora!  

Agradecimentos ao amigo Samuel pela criação do logo. Valeu, Samuca!