segunda-feira, 28 de julho de 2014

Não há distância para a audição

Ontem, domingo, foi um dia de emoção, para mim e minha família. Conhecemos e recebemos em casa para um café descontraído - que se estendeu até de noite - uma família linda, vinda de Rio Branco, AC. Não é uma família linda somente pela beleza, mas ser muito especial. Vieram a nossa casa Marivaldo, Erlene e sua filhinha Ana Cristina, a quem chamamos carinhosamente de Aninha. Meus filhos amaram também receber Aninha e brincaram com ela o tempo todinho. E para abrilhantar ainda mais a visita, veio também a querida dona Elza, amável senhora que está acolhendo esta família em sua casa. Seu esposo, sr. Adão, ficara em casa por estar receoso do frio. Mas conheci também este bondoso senhor, em sua casa, que recebeu a mim e ao meu esposo com um sorriso no rosto.

Marivaldo e eu fazemos parte de um grupo o qual participam também os pais e implantados de todo o Brasil (e até fora, como minha amiga Renata), e ele vem nos contando sobre sua luta em fazer o IC na Aninha, pois lá no Acre não tem esta cirurgia pelo convênio e pelo SUS. Aninha, assim como a mamãe Erlene, não possui audição nos dois ouvidos. Um dia, Marivaldo soube da possibilidade de conseguir o IC pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas, SP) através do nosso amigo Marcelo de Paula, bi-implantado. Na primeira vinda a Campinas, Aninha e Erlene ganharam AASI (para quem não sabe, significa Aparelho de Amplificação Sonora Individual, que é o aparelho comum de audição), cedidos pela Unicamp. O uso deste aparelho faz parte de todo o processo antes de receber o IC, além de exames como tomografia e ressonância.

Aninha conquistou a minha família e a mim com seu carisma cativante. Até agora me emociono quando lembro do abraço apertado que ela me deu quando me viu. Ela merece crescer ouvindo e dar essa alegria aos seus pais.

A cirurgia ainda não foi marcada, mas graças ao esforço e perseverança de Marivaldo, o dia de Aninha receber o implante está cada vez mais próximo. Com a graça de Deus, em breve, Aninha levará a audição consigo para casa.

Aninha conhecendo o coala bi-implantado

Guilherme, Aninha, Giulia e Gabriel

Dona Elza, Marivaldo, Erlene, Aninha e eu

Dona Elza, Marivaldo, Erlene e Paulo

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Som e Fúria - Filme

Este filme conta e mostra a história - real e com a própria personagem principal do enredo - de uma família em que o pai, a mãe e os três filhos nasceram sem a audição. O pai e a mãe são usuários de língua de sinais e ensinam seus filhos também a usarem esta língua. A filha mais velha, aos cinco anos, se interessa pelo Implante Coclear, influenciada pela avó paterna e aí o desenrolar do filme é sobre a decisão dos pais em permitir ou não a cirurgia. Vale a pena conferir e conhecer a história real da menininha que luta por ouvir. Estou postando aqui o link do Sound and Fury com legendas em português e também da continuação da história (um curta), que acontece seis anos depois.

Meus agradecimentos á Renata Orsi, implantada há três meses, por ter me indicado o filme e ao Guilherme Chazan, bi-implantado, que publicou o filme e permitiu que eu postasse aqui.







terça-feira, 15 de julho de 2014

Alguém como eu!

Hoje foi meu primeiro dia de férias do trabalho, portanto, tive mais tempo para escrever. Ufa! Não é fácil ser esposa, mãe, trabalhar fora e dentro de casa... Mas graças a Deus por isso também! É um aprendizado a mais, saber conciliar todos os horários possíveis, inclusive para escrever.

Para compensar o longo tempo de silêncio vou tentar postar o máximo que puder, porque afinal, estou de férias do trabalho, mas não das outras funções...

Estou muito feliz desde que minha fono dra Nirley saiu de férias. Não por causa das férias dela, claro, mas pelo seu encorajamento para eu continuar a terapia em casa, me passando umas tarefinhas para fazer durante este período. Muito feliz também pelo fato que na penúltima consulta, Paulo foi lá comigo e nós três conversamos sobre o que é o IC e o que ele faz. Foi muito boa a nossa conversa e foi muito bom compartilhar com Paulo este assunto.

O que me deixou mais feliz ainda é que eu queria muito conhecer uma pessoa que estivesse vivenciando a mesma experiência que eu, ou seja, que usasse os dois modos de aparelhos, o AASI e o IC, pois a maioria dos implantados usa somente o IC. Recentemente, conheci quem se tornou hoje uma grande amiga, a Renata. Ela perdeu a audição aos cinco anos, teve perda severa/profunda no ouvido direito e moderada/severa no ouvido esquerdo. Assim como eu, usou aparelho nos dois ouvidos até uma certa idade e depois só em um, onde ouvia melhor. Fez o implante no ouvido pior há três meses e ativou há dois. Renata foi entrevistada pela Adap (Associação de Deficientes Auditivos, Pais, Amigos e Usuários de Implante Coclear) e conta sobre sua adaptação do IC. Nesta matéria também foram entrevistados outros dois amigos meus, Marcelo e Alexandra, que conheci ano passado no encontro em São José dos Campos. Leia a matéria na íntegra clicando em http://www.adap.org.br/site/index.php/artigos/108-implante-coclear-e-surdez-pos-lingual Além das celebridades (meus amigos), neste site há vários outros artigos interessantes que valem a pena serem lidos. 

Minha amiga Renata está feliz com o IC e não sabe como tem me ajudado muito, além de apoio e incentivo à paciência e perseverança, Renata tem feito exercícios comigo pelo celular, onde ela me manda palavras por voz e eu tento adivinhar quais são. Começou com grupos de cinco palavras de um mesmo grupo, como cores, animais, cidades. Por exemplo, hoje ela mandou palavras variadas, que foram: sorvete, jabuticaba, carreira, exposição, moderna, alegria. De primeira, acertei jabuticaba e alegria. Depois consegui entender sorvete. As outras fui obtendo dicas até conseguir exposição e carreira. Apenas a palavra moderna fiquei devendo. Mas fiquei feliz por ter acertado a maioria das palavras. Esta terapia tem me ajudado muito. Só o fato de vibrar comigo quando acerto já é tão bom! A Re até me ensinou a usar o cabo de áudio que estava guardado na maletinha que ganhei quando fiz o IC. 

Agradeço a Deus pela nossa amizade, Re, e pela sua paciência comigo!