domingo, 11 de janeiro de 2015

Ouvindo em 2015

Dia 6/1 passado (lembro do dia certinho, porque neste dia comemorei aniversário do meu casamento) estávamos em Governador Valadares, indo para a Tutto Gelatto, uma pizzaria. No carro, meu filho Guilherme me chamou e eu virei para ouvi-lo. Ele me perguntou algo por três vezes e eu não consegui entender. Caí em prantos. Tudo bem que estávamos dentro de um carro, com barulhos de motor e vento, estava de noite, portanto escuro, impossibilitando a leitura labial e também faltou articulação na fala do meu filho, pois ele falou rápido demais, esquecendo que eu não ouço tão bem assim. Mas me incomodou demais o ocorrido. Paulo me acalmou e chamou a atenção do Gui, para ele falar mais devagar. Depois de nos acomodar na pizzaria, chegaram Cristina, Clícia e Elisa - as irmãs do Paulo, e também Lorena, Ludmila e Bárbara, sobrinhas - e esquecemos do fato. Deixei pra lá. Vamos comemorar!

Quando voltamos ao apartamento do meu sogro, onde estávamos hospedados, fui ao quarto trocar de roupa, coloquei o pijama, peguei o tablet e sentei. Nisso ouvi o mesmo som que tinha ouvido um tempo atrás. Na ocasião da primeira vez que ouvi o som, estava de dia, era domingo e eu estava sentada na varanda da sala, lendo a Bíblia. Lembro que quando ouvi o barulho, imaginei que Elisa estivesse varrendo a sala. Puxei a cortina para olhar dentro da sala, não havia ninguém. Continuei ouvindo. Curiosa, desandei a procurar o som. Levantei da cadeira e olhei pela janela da varanda do apartamento, que fica no sexto andar. Lá embaixo vi um gari varrendo o chão da calçada. Pasme! Era dali que vinha o som! Fiquei um bom tempo observando - não preciso nem falar - emocionada. E claro, saí contando pra todo mundo que via na frente o que tinha acabado de ouvir. Coisas de recém-implantada.

Mas semana passada, quando ouvi, apesar de já conhecer, fiquei encantada! Parecia que estava ouvindo pela primeira vez, de novo. Larguei o tablet e fui à janela da varanda ver, já procurando algum gari lá embaixo. Vi duas garis. Fiquei observando a dança das vassouras fazendo aquele som no chão da calçada da principal avenida da cidade. Enquanto uma varria, a outra recolhia e colocava na lixeira. E conversavam, alegremente. E olha que já era por volta da meia noite. Achei tão legal que tive vontade de descer lá e abraçar as duas. Contar pra elas que eu estava as ouvindo lá de cima. E contar que consegui esse som ouvir graças ao Implante Coclear. E tirar uma foto com elas para publicar aqui no blog. Podia ter feito isso, mas fiquei com vergonha e apenas tirei uma foto da janela mesmo. Tirei com celular, ficou ruim por demais, mas não desisti. Peguei minha máquina fotográfica e capturei a imagem, para poder colocar aqui e mostrar como coisas simples podem emocionar.



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