domingo, 9 de novembro de 2014

Valores da manutenção do Implante Coclear

Quando eu tomei a decisão de fazer o IC, não imaginava o quão grande seria o valor da manutenção dele. Sabia sim que teria que fazer revisão no meu IC todo ano, e até três anos a garantia cobriria. Sabia também que teria que repor alguns acessórios do processador de fala e o valor dele caso venha precisar de um novo.  Isso se não estiver na garantia.
A  bateria do processador de fala pode ser recarregável ou com duas pilhas descartáveis,  a primeira tem duração de um dia e meio e a segunda já dura quase dois dias. A primeira opção é a mais barata, sem dúvidas. É só carregar e usar, enquanto que a outra opção você faz a troca e quando acaba o estoque de pilhas você tem que comprar. Até aí normal, não fosse o preço da pilha dele. Cada cartela com seis pilhas descartáveis custa 26 reais, para usar em seis dias. As pilhas do meu AASI, aqui no Brasil, custam 22 reais e cada pilha dura mais ou menos 10 dias. Isso eu sabia antes da cirurgia. O que eu não sabia era que cada bateria recarregável do processador de fala do IC custa R$ 1.043,05 cada e tem vida útil em média de 2 anos.

Agora, o que escrevi aqui não quer dizer que seja contra o IC ou que esteja descontente com o resultado dele, muito pelo contrário. Estou bastante satisfeita com os sons proporcionados pelo meu IC. O que quero que conste aqui é meu descontentamento com os valores da manutenção. E pelo visto, não estou sozinha. Fico imaginando quando a pessoa é bi-implantada! Ou quando o implantado gostaria de fazer o segundo implante, mas desiste com receio de dobrar os despesas e não dar conta de pagar.

Vou contar aqui o que aconteceu com o meu carregador de bateria do IC. Como vê na foto, tem a base do carregador, que comporta 4 baterias e um cabo que conecta ele à energia elétrica para ser feita a recarga. O cabo pode desconectar da base e o meu cabo teve um problema no fio dele, que quebrou (não sofreu queda nem estourou). Ele foi levado o cabo para conserto (teve que ser encaminhado para São Paulo, pois a assistência técnica é de lá), mas primeiramente afirmaram que não tinha conserto e que um novo custaria 720 reais! Pedi se não tinha somente o cabo para venda. A resposta foi negativa mas que iriam tentar fazer uma emenda no fio. Após um mês sem resposta, procurei saber do meu cabo e a resposta foi que o conserto tinha sido feito, mas que a garantia não cobria e que tinha custado R$ 150,00 para fazer uma emenda no fio!

Não vou pagar este valor, claro. Primeiro, não autorizei o conserto, deveriam ter me passado o orçamento antes. Segundo, depois dessa procurei e achei um cabo em uma eletrônica aqui perto de casa por 30 reais. Não foi fácil achar o cabo para o meu carregador, confesso. Tive que pedir a um amigo a foto do plug do cabo dele para poder ver a amperagem. O funcionário da loja teve que fazer uma gambiarra, ele pegou um cabo com a mesma amperagem e trocou o pino que encaixava no carregador para conseguir ligar o aparelho na tomada. Agora, pergunto: precisa de tamanha dificuldade? Custava ter feito um cabo mais fácil de achar?
Meu carregador com o cabo improvisado.


Uma amiga minha, Renata, sabendo desta minha queixa, me enviou uma mensagem sexta-feira passada: "Ale, matéria especial para você". Eu li e quero compartilhar aqui o link: ADAP manifesta indignação pelos preços da manutenção do IC

Não sou contra o custo das pilhas ou ter que pagar para fazer uma revisão no aparelho, pois a vida toda usei AASI e tive que arcar com as devidas despesas, por sinal, muito menores. Quero deixar claro minha indignação com os altíssimos valores da manutenção do IC. E também sou a favor das despesas serem arcadas pelo SUS quando o paciente adquiriu o benefício por este sistema, tanto o AASI ou o IC. Postei tempo atrás sobre Manutenção do Implante Coclear via SUS, uma ação de mães de implantados do Rio de Janeiro e lá consta o procedimento para quem quiser fazer parte desta ação. 


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